sábado, dezembro 10, 2005

palavrões literários ou quando a vida finalmente muda ou boys don't cry. a escolha é sua.

o que todos nós buscamos é essa merda de afeto, essa porra chamada respeito. e vamos idiotamente discutindo sobre o fim daquilo que ilusioriamente existiu algum dia, sobre a culpa perversa que cai sobre todos nós. aí aparece aquela maldita vontade de mandar quem é um mal exemplo por natureza pra casa do caralho, mesmo sabendo que essa casa pode ser a sua. a verdade é que somos todos mesquinhos e egoístas, escondidos atrás de uma carapuça chamada amor. essa puta chamada amor que se desgasta com o tempo, se não ficar por baixo dos lençois. falta afeto, falta respeito, falta sinceridade. as raízes estão podres. as flores, murchas.

mundinho de mierda.

quinta-feira, novembro 24, 2005

special needs

no meu canteirinho de lírios,
tento fugir da embriaguez da vida.
mas sou bêbada solidária.
quando ela se embriaga, eu me embriago também.
e seguimos tropeçando por aí, sem ver sol nem lua, cantando canções belas e tristes.


sem pisar nos lírios.



remember me through flash photografhy and screams
remember me, special dreams.

terça-feira, novembro 15, 2005

mais uma primavera.
(e um dia)
muitos planos para o futuro.
que incluem, claro, pequenas delicadezas, contornos, cheiros e prazeres secretos.
talvez os sonhos queiram me explodir colorido.

quinta-feira, outubro 27, 2005

jardim

eis aqui um jardim.
jardim belo e secreto.
guarda com cuidado a mais linda de todas as flores:
menina-morena-flor.
menina-flor.
sob os cuidados do jardineiro invisível, tudo se transforma.
há beleza em tudo.
ninguém vê, ninguém sabe. apenas eles.
é transparente e evidente,
o amor.
o vento faz o invisível dançar com a menina-flor.
eles flutuam no ar, sem perceber
embalados pela melodia de uma música sem fim, enfim.
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feito exclusivamente para www.jardimdoinvisivel.blogspot.com

quarta-feira, setembro 28, 2005

indignação

em um não tão belo dia você acorda, faz um esforço e vai até a faculdade. tudo em nome do famoso aprendizado e do saber. céu cinza. vento frio. dia daqueles. eis que você chega na sala de aula. mas o professor não. é um picareta. não dá aula há mais de uma semana e quando resolve aparecer, finge que dá aula. do que adianta você ter um trabalho, uma profissão, se você não consegue cumprir com os seus deveres? eu me pergunto se ele dorme com a consciência tranquila à noite.

então, resolvo ir até a biblioteca procurar um livro. o banco de dados diz que existe um exemplar e que o mesmo está disponível. lá vou eu até o andar subterrâneo da famosa biblioteca procurá-lo. em vão. procurei várias vezes e não achei. peço ajuda à dona laura, uma senhora muito simpática de olhos da cor do céu (mas não do céu desse dia) e de cabelos brancos. ela gentilmente me informa que o livro foi roubado. simples assim. saio de lá indignada. como assim roubado? eu que pensava que o mínimo que os estudantes de direito deveriam ter era um sentimento de justiça inato, um conceito de coletividade dentro de si, um senso ético inerente... me enganei. roubar livros! isso não tem cabimento, não tem mesmo.

para acabar bem o dia acadêmico, eu me deparo com esta cena: a faxineira está limpando a entrada da faculdade. varre pra lá, varre pra cá. muita sujeira, muitas folhas, muito papel. então, como se fosse um gesto automático, ela joga tudo isso para fora da faculdade. na rua. aaahh. agora sim! a faculdade está limpinha. e a rua, um nojo.


e ainda dizem que a mafalda é chata.

ONDE É QUE ESSE MUNDO VAI PARAR?

terça-feira, setembro 13, 2005

shine happy people

jovem comendo bala de goma na porta da faculdade é abordada por um velhinho:

_ não pode comer balinha! é glicose! e se come glicose, não recebe beijinhos dos passarinhos e carinhos dos beija-flores! ainda mais com esse bracinho de pudim de caçarola!

fato verídico. com testemunhas.


pessoas estranhas fazem o meu dia mais divertido.

domingo, setembro 11, 2005

bad hair day

e eis que você se descobre uma fraude. e a amargura volta com toda a força.
talvez o problema esteja na água porque não sou só eu.
muitas perguntas sem respostas.
e o tempo vai passando...
aquele menino que queria mudar o mundo,
agora fica em cima do muro.
será que eu preciso de uma ideologia pra viver?
esse post não tem nada de pianissima.
e você, também é uma fraude?

domingo, setembro 04, 2005

oh, como sou trágica

o som da cuíca é um convite à loucura. desde criança, queria ser meretriz porque achava bonito. meretriz do samba. acordava e religiosamente se banhava para ficar com cheiro de flor. flor de maracujá, delícia. nunca matou uma formiga. era vazia. escutava construção e chorava. sempre. como queria ter nascido carioca. mas era um fiapo de gente, sem quê nem porquê nem pra quê. nunca vira o mar e dormia cedo. tinha medo de grilo. cantava sim, mas era tão desafinada que dava até dó. um dia, acordou cantando me embriagar até que alguém me esqueça. esqueceram-se dela.
e ela morreu sem saber o que era meretriz.

domingo, agosto 28, 2005

inspiração
vazio lá fora
expiração
frio aqui dentro


_ e quanto de inspiração você quer?
_ o suficiente para que caiba nos meus bolsos.

terça-feira, agosto 09, 2005

teia de aranha
borboleta transparente
no teto

domingo, julho 31, 2005

desfecho foragido (ou não perca o final de um texto)

abriu os olhos e ele não estava mais na cama. há muito tempo isso vinha ocorrendo, mal se viam durante a semana. ele saía de casa antes dela e quando ela chegava, ele já estava dormindo. ou não estava em casa. e não havia como evitar essa situação. o trabalho e a faculdade ocupavam a vida dos dois. ambos sentiam falta dos tempos antigos, mas por conveniência era melhor não demonstrar.
sim, ela ainda o amava. não como quando o conheceu, mas amava. e sim, ele também a amava. até mais do que quando se conheceram, embora a cada dia trocasse menos palavras com ela. estava se tornando um homem fechado, no auge dos seus trinta anos, devido às vicissitudes da vida. em um acidente de carro, há sete anos, sua família foi embora. mãe, pai, irmão, irmã. ele não participou dessa viagem pois tinha um trabalho a fazer no hospital. pediatra. ele amava as crianças, dizia sempre que era preciso cuidar delas para dar um jeito no mundo. e muitas vezes fora visto, escondido, no canto do consultório, chorando lágrimas finas quando os pequenos seres deixavam a sala chorando lágrimas grossas. era sensível.
ela, por outro lado, não se comovia com as pequenas grandezas do mundo. não que fosse uma pessoa má ou insensível; era cética ao extremo. não acreditava em melhoras humanitárias, em milagres divinos e muito menos na bondade das crianças, o que acarretou muitas discussões com o homem. homo sapiens. também não acreditava muito na sabedoria e na elevação espiritual; para ela, tudo seria pó no final. "os livros corrompem as pessoas, deixam-nas sensíveis a coisas impossíveisde mudar, não vale a pena.", dizia com frequência.
estavam juntos há dez anos. moravam juntos há cinco. idéia dela, apesar de tudo. ele, a princípio, relutou. mas acabou aceitando. seria agradável. conheceram-se ao acaso, em uma festa. horrível, na opinião de ambos. o acompanhante dela foi embora, bêbado, com uma qualquer e ele só apareceu por lá para buscar a irmã. mas acabou se interessando por uma moça de cabelos curtos, meio rebeldes, com uns olhos escuros e petrificados que davam a ela um aspecto de boneca de cera. seu nome era cláudia. ela não reparou no rapaz de gestos lentos e olhar manso que se se aproximava. continuava a brincar com os palitos em cima do balcão do bar. ele sentou-se ao lado dela e ficou ali, em silêncio por muito tempo. foi isso que fez com que ela notasse a sua presença. a ausência de palavras.

sábado, julho 09, 2005

as palavras estão de férias.

segunda-feira, junho 27, 2005

bachelorette

i'm a fountain of blood
in the shape of a girl
you're the bird on the brim
hypnotized by the whirl

drink me - make me real

wet your beak in the stream
the game we're playing is life
love is a two way dream

leave me now - return tonight
the tide will show you the way
forget my name go astray
killer whale trapped in a bay
the ocean miles away

i'm a path of cinders
burning under your feet
you're the one who walks me
i'm your one way street

i'm a tree that grows hearts
one for each that you take
your the ground i feed on
we're circle no one can break

i'm a whisper in water
a secret for you to hear
you are the one who grows distant
when i beckon you near

life is a necklace of fears
your uncried tears on a string
our love will untie them - come here
loving me is the easiest thing


porque essa música é linda.

segunda-feira, junho 20, 2005

must be the colors

eu nunca poderia me apaixonar
por uma pessoa que acha
o céu do fim da tarde
o mesmo do início da noite.

quarta-feira, junho 15, 2005

por não estarem distraídos

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto, ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
Clarice Lispector
e você? está distraído o suficiente?

segunda-feira, maio 30, 2005

e eu procurando poesia...

um casal na praça.

uma menina, sem sapatos, vendendo rosas.

_ moço, compra uma flor pra moça?
_ hoje não. fica pra próxima!

silêncio.

cara de desiludida da moça.

_ você não é nem um pouco romântico.

mas então romantismo é isso? comprar flores assim, só porque estão à venda? não, mil vezes não. o romantismo não pode ser institucionalizado. não pode ter manual de instrução. ele precisa de espontaneidade, de impulso, de vontade, de leveza...


olha, é outono! essa folhinha caiu bem aqui, no meu ombro. ficou parada em mim, por uns instantes. como você.
se ela cair no chão, a gente deixa. vai voar de novo e cair em um ombro mais confortável.
mas se ela ficar quietinha, eu te dou de presente!

domingo, maio 22, 2005

porque algumas coisas nunca mudam

"eu queria apenas pequenas delicadezas
daquelas que fazem sorrir espontaneamente
e que depois ficam guardadas-escondidas-encolhidas
no fundo do olho."

terça-feira, maio 03, 2005

boca suja

e essa pseudo auto-suficiência vai dar em que? eu não engano ninguém, agora. ninguém de fora. mas eu-sei-que-estou-sendo-enganada. é essa vida suja que eu vejo em cada esquina. por eu ser uma pessoa tão mesquinha e pequena, eu me esqueço de que existe um mundo problemático, além dessa redoma de vidro que é o meu. ninguém sai, ninguém entra. eu me cansei de todos esses adjetivos terminados em inha atribuídos a essa coisa, digo, a essa pessoa que sou eu. eu preciso de mais lírios, mas no meu jardim só tem esterco. podre. o que esperar de uma pessoa que simplesmente não consegue? sou eu. eu não sei falar outra língua, ainda mais com essa boca suja. eu eu eu eu. será que existe um egoísmo maior?

eu estou cansada de ser minúscula. eu preciso gritar. ou me encolher mais ainda.

a voz que diz você é minúscula porque quer é irritante. a voz que diz você é ridícula por escrever algo assim é pior ainda.




mas será possível que toda vez que eu me sentir mal, vou vomitar palavras ásperas nessa tela branca?

quarta-feira, abril 27, 2005

como dizia carlinhos

"as leis não bastam. os lírios não nascem da lei."

terça-feira, abril 12, 2005

tudo azul

olha como ela tem os olhos expressivos, olha como eles estão estrategicamente maquiados, olha, olha. olha como ela sabe de tudo, sobre tudo. olha como ela é perfeita e delicada. olha como ela se encaixa em você (mentira!). é tudo que parece ser o que eu quero ser... mas eu não sou. e nem quero. meia arrastão é coisa de puta, dizem. dizem muita coisa. dizem muita besteira. eu digo muita besteira. umbigo é o assunto central. sempre. e viva a repressão. e viva a covardia. vamos brincar de fazer joguinhos? você finge que está tudo bem, eu finjo que está tudo mal. e vice-versa. você quer ser o bandido ou o mocinho? eu prefiro ser a arma, pois é ela quem decide o destino dos dois. o ciúme é lamentável. o passado, condenável. o presente, encantador. mas o futuro não pode ser uma tortura. ah, isso não! a gota virou equilibrista, não sei como ainda não caiu. ploft. a porta se abre quando dizem a verdade. qual verdade? a minha? a sua? quando os sonhos são despedaçados é que a porta se abre. então, você percebe que todas as pontes construídas foram em vão. e a culpa é sua. e minha.
muita amargura para uma pessoa só, em um dia só.
acidez escorrendo pelos dedos... e caindo em lábios indevidos.
hoje não há pequenas delicadezas, tampouco prazeres secretos...
e aí eu fico só. só com o contorno e o cheiro.

sábado, abril 09, 2005

gota d'água

já lhe dei meu corpo, minha alegria
já estanquei meu sangue quando fervia
olha a voz que me resta
olha a veia que salta
olha a gota que falta
pro desfecho da festa
por favor...
deixe em paz meu coração
que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção,
faça não.
pode ser a gota d'água

(sim, mais uma música do chico. estou impossibilitada de escrever coisas do gênero)

eu não quero ser mais uma daquelas pessoas discrentes.
mas também não quero acreditar, agora.
ou não consigo.

sexta-feira, abril 01, 2005

joana francesa

tu ri, tu mens trop
tu pleures, tu meurs trop
tu as le tropique
dans le sang et sur la peau
geme de loucura e de torpor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

mata-me de rir
fala-me de amor
songes et mensonges
sei de longe e sei de cor
geme de prazer e de pavor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

vem molhar meu colo
vou te consolar
vem, mulato mole
dançar dans mes bras
vem, moleque me dizer
onde é que está
ton soleil, ta braise

quem me enfeitiçou
o mar, marée, bateau
tu as le parfum
de la cachaça e de suor
geme de preguiça e de calor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda


porque o chico buarque sabe das coisas.

domingo, março 13, 2005

três trilhões de mini gramas

"_ bom dia, senhora liberdade! fui eu quem te fiz."
é engraçado como depois de todos esses atentados (contra você, contra o sujo, contra o falso, contra o desagradável, contra o pudor, contra a conveniência de certos atos), você ainda me suporta. você vive em mim, como meu sangue. e me sufoca. tento não te prender dentro de mim, oh liberdade. mas você suga o que há de melhor. é pelo seu nome que eu ignoro os gestos espontâneos e os sorriso mais sinceros. é pelo seu nome que eu fujo. é pelo seu nome que eu pratico o desapego. é pelo seu nome que eu converso com as rosas. ah, mas que bobagem... as rosas não falam, elas simplesmente exalam o perfume que roubam de ti, liberdade... ai.
o meu andar é totalmente fora do ritmo, embora a voz, quando entorpecida, seja agradável.
liberdade, volte para a praça.
de onde você nunca devia ter saído.
de onde nós nunca devíamos ter saído.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

apressada

"e então nós estávamos ali dentro do carro dentro da sauna suando sorrindo para os vidros embaçados onde se liam palavras bonitas e engraçadas (ah humor querido humor) que eu escrevi com as pontas dos dedos e vc apagou e escreveu de novo e eu pra te fazer raiva apaguei pela última vez porque as palavras duram para sempre e eu não quero durar para sempre um momento só uma lembrança boa muito boa apenas olha lá aquele gordinho safado espiando a gente olha olha a barriga dele aparece não adianta esconder atrás da árvore bobo você não cabe aí e não sabe que eu vivi perigosamente por três noites (três noites!) e foi bom sempre é bom tudo em você é despretencioso e ai como eu gosto de tudo de vencer quantas guerras forem necessárias para a paz a paz do corpo mas é segredo porque uma coisa é fazer e outra é sentir e eu já sinto o suficiente sem nomes e sem datas e não ligo é saudável principalmente após o dever cumprido exaustivamente com tanto esforço e tanta redundância e tanta petulância e a santa ignorância nós deixamos para o além mas depois eu te ensino a olhar discretamente como eu olho pois do jeito que você observa meu deus é muito perigoso."

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

depois da meia noite (ou como estragar tudo em um segundo)

o encanto vem como música e dança pelo ar
sublime
a brisa suave realça o contorno cálido
macio
não há como se esconder depois da meia noite
vazia
cada palavra sussurrada é levada pelo vento
perdida

porque depois da meia noite... é sempre clichê.

domingo, fevereiro 13, 2005

"antes presa fora da bolha... agora travada fora dela!"

tonta, chora, acorda o palhaço!
pára de fazer bobagem, sossega.
mas sonha, sonha e sonha.
sonha que é bom.

não seja o pivô de brigas.
siga o conselho do caminhoneiro.
chega de ser corrompida pela situação.
e chega de sempre ter uma desculpa na ponta da língua.

onde foi que eu me perdi?
quem é você?
amores vêm.
amores vão(s).

terça-feira, fevereiro 01, 2005

hoje o samba saiu, procurando você. quem te viu, quem te vê!

até pouco tempo atrás, eu era uma banana.
praticamente um vegetal falante.
naquela reuniãozinha, eu não tinha atos corajosos pra contar e, muito menos, situações patéticas e erros constrangedores.

como as coisas mudam...

tiradentes foi ótimo. é até difícil descrever (acho que eu deixei a inspiração cair no ribeirão de águas barrentas).
a pousada parecia a vila do chaves.
os quartos eram mofados.
os banheiros, melhor nem comentar.
mas as companias... poxa.
sensacionais!

cidade marrom e fedorenta.
filmes bacanas.
eu não sei sambar, mas sambei.
brincar de trenzinho é divertido.
ir dormir com o céu claro, também.
mas esquecer de levar blusa de frio não é.
muito menos ficar gripada, rouca e fanhosa.
muitas músicas marcantes.
chocolate quente de verdade.
sanduíche gostoso.
abraços, muitos abraços!
momentos, momentos, momentos.
tensão sexual.
bigornas.
pernas doloridas de tanto dançar.
(mas logo eu, que nem sei?)
vontade de fazer um filme, mesmo sem ter noção nenhuma de como fazer.
a cassia eller voltou do além só pra fazer um show pra gente (muito bom, diga-se de passagem).
o menino de doze anos no palco tocava direitinho.
filme na praça é bom. pena que parecia novela mal feita.

homossexualismo agora é pop.

e minha mãe falou para eu parar de tomar cerveja pois estou ficando barrigudinha.

"... porque tem muito mundo no mundo e eu não quero ficar só aqui."


terça-feira, janeiro 18, 2005

um pouquinho de açúcar...

"...é melhor parar com a música. eu imagino que estou tocando e você continua a estalar os dedos, como sempre fez. eu me lembro do seu perfil, tão bonito. tão desenhado. um sorriso de coringa, algumas manchas nas mãos. ah, eu finjo que te amo tanto, mas tanto, que até eu mesma acredito. você não. naquele dia que o suor escorreu pelo canto do seu rosto (e eu vi), eu me apaixonei. eu vi seus olhos distraídos e apressados muitas vezes. eu vi, eu vi. eu sempre vejo, mas fecho os olhos para ficar escuro. e é aí que nós nos perdemos."

domingo, janeiro 16, 2005

aspargos amargos

muito tempo ela passou deitada na cama, com a cabeça jogada para trás, o novo cabelo vermelho caído no chão.

muito tempo ela passou de olhos fechados, vendo só uma luz laranja viva lá no fundo. o sol esquentava seu rosto.

muito tempo ela passou olhando o seu umbigo (e isso não é uma metáfora, tampouco uma metonímia).

muito tempo ela passou rindo do mundo invertido.

muito tempo ela passou tentando exorcizar seus demônios, fantasmas e palhaços.

mas não conseguiu.

sábado, janeiro 01, 2005

resoluções

me arriscar mais.
criar meus filhos no campo.
(depois da noite de ontem, isso se tornou mais do que necessário. é algo para garantir a saúde dos pequenos.)
me arriscar mais.
ver mais gente, ter mais vida.
me arriscar mais.
viajar mais.
mais mais mais.
me arriscar mais.
recuperar (ou criar) a vontade literária irrestrita.
me arriscar mais.
pensar menos, fazer mais.

(tirar carteira, passar no vestibular, salvar o mundo.)