quarta-feira, setembro 28, 2005

indignação

em um não tão belo dia você acorda, faz um esforço e vai até a faculdade. tudo em nome do famoso aprendizado e do saber. céu cinza. vento frio. dia daqueles. eis que você chega na sala de aula. mas o professor não. é um picareta. não dá aula há mais de uma semana e quando resolve aparecer, finge que dá aula. do que adianta você ter um trabalho, uma profissão, se você não consegue cumprir com os seus deveres? eu me pergunto se ele dorme com a consciência tranquila à noite.

então, resolvo ir até a biblioteca procurar um livro. o banco de dados diz que existe um exemplar e que o mesmo está disponível. lá vou eu até o andar subterrâneo da famosa biblioteca procurá-lo. em vão. procurei várias vezes e não achei. peço ajuda à dona laura, uma senhora muito simpática de olhos da cor do céu (mas não do céu desse dia) e de cabelos brancos. ela gentilmente me informa que o livro foi roubado. simples assim. saio de lá indignada. como assim roubado? eu que pensava que o mínimo que os estudantes de direito deveriam ter era um sentimento de justiça inato, um conceito de coletividade dentro de si, um senso ético inerente... me enganei. roubar livros! isso não tem cabimento, não tem mesmo.

para acabar bem o dia acadêmico, eu me deparo com esta cena: a faxineira está limpando a entrada da faculdade. varre pra lá, varre pra cá. muita sujeira, muitas folhas, muito papel. então, como se fosse um gesto automático, ela joga tudo isso para fora da faculdade. na rua. aaahh. agora sim! a faculdade está limpinha. e a rua, um nojo.


e ainda dizem que a mafalda é chata.

ONDE É QUE ESSE MUNDO VAI PARAR?

terça-feira, setembro 13, 2005

shine happy people

jovem comendo bala de goma na porta da faculdade é abordada por um velhinho:

_ não pode comer balinha! é glicose! e se come glicose, não recebe beijinhos dos passarinhos e carinhos dos beija-flores! ainda mais com esse bracinho de pudim de caçarola!

fato verídico. com testemunhas.


pessoas estranhas fazem o meu dia mais divertido.

domingo, setembro 11, 2005

bad hair day

e eis que você se descobre uma fraude. e a amargura volta com toda a força.
talvez o problema esteja na água porque não sou só eu.
muitas perguntas sem respostas.
e o tempo vai passando...
aquele menino que queria mudar o mundo,
agora fica em cima do muro.
será que eu preciso de uma ideologia pra viver?
esse post não tem nada de pianissima.
e você, também é uma fraude?

domingo, setembro 04, 2005

oh, como sou trágica

o som da cuíca é um convite à loucura. desde criança, queria ser meretriz porque achava bonito. meretriz do samba. acordava e religiosamente se banhava para ficar com cheiro de flor. flor de maracujá, delícia. nunca matou uma formiga. era vazia. escutava construção e chorava. sempre. como queria ter nascido carioca. mas era um fiapo de gente, sem quê nem porquê nem pra quê. nunca vira o mar e dormia cedo. tinha medo de grilo. cantava sim, mas era tão desafinada que dava até dó. um dia, acordou cantando me embriagar até que alguém me esqueça. esqueceram-se dela.
e ela morreu sem saber o que era meretriz.