quinta-feira, novembro 29, 2012

eco

"I am an excitable person who only understands life lyrically, musically, in whom feelings are much stronger as reason. I am so thirsty for the marvelous that only the marvelous has power over me. Anything I can not transform into something marvelous, I let it go. Reality doesn't impress me. I only believe in intoxication, in ecstasy, and when ordinary life shackles me, I scape, one way or another. No more walls." 

Anaïs Nin. 

domingo, novembro 11, 2012

sede

não gosto de tudo que escrevo,
mas só sei sentir assim:
rasgando a carne, torcendo a alma.
fazendo suco de mim. 



sucodemim
 ucodemi
  codem
   ode

quinta-feira, outubro 18, 2012

quarta-feira, setembro 05, 2012

sternennacht

ich bin nicht stiller
nur die worte verfehlen ihr ziel

domingo, maio 27, 2012

sábado, maio 12, 2012

ponte

um chorinho, baixinho.

ficou uma marca, no braço, de quando eu saí apressada do carro nesse dia só para te ver. e não vi a porta voltando. doeu, mas nem senti. estava feliz. um hematoma de todas as cores, ali.

olha a fonte, que bonita! não medi distância, passei tão perto e me deixei molhar.
não medi distância e me deixei molhar

foi o cheiro, sempre ele, que embriaga. foram as palavras, sempre elas, que amaciam. foram os detalhes, sempre eles, que encantam. foram as músicas, sempre elas, invadindo o vazio. foram as entrelinhas, sempre elas, foram tantas. me perdi. 

quis poder dizer "só sei dançar com você", depois de tanto tempo sem nada dizer. sem sentir. mas a música ainda não tinha começado. era só passagem de som. dissonante. delirante. 

um chorinho, baixinho. em outro tom.

quarta-feira, maio 02, 2012

contra-exemplo

“, que não só eu não conheço ninguém, não encontrei ninguém, não tive nem notícias na história da humanidade de ninguém, ninguém que tenha sido mais feliz que eu, e afortunado, eufórico – é verdade a priori, não? –, ébrio de gozo ininterrupto, mas que apesar disso eu permaneci como o contra-exemplo de mim mesmo, também constantemente triste, privado, destituído, decepcionado, impaciente, ciumento, desesperado, e, se de fato ambas as certezas não se excluem, então ignoro como arriscar a mais mínima frase sem deixá-la cair por terra, em silêncio, sem deixar cair por terra seu léxico, cair por terra sua gramática e sua geologia, como dizer outra coisa que um interesse tão apaixonado quanto decepcionado por esta coisa, a língua, a literatura, a filosofia, outra coisa que a impossibilidade de dizer todavia, como faço aqui, ‘eu, eu assino.’ ”

roubei do amigo david, que roubou do derrida.

segunda-feira, abril 30, 2012

placebo (ou a exceção que só confirma a regra)

o bom de já ter vivido uma grande decepção é que todas as outras viram 'fichinha'.


pronto. chega do monólogo. agora só volto quando das boas-novas. 

a verdade é:

todo mundo mente.


e qual foi a minha mentira?

sábado, abril 28, 2012

calmaria

sou acostumada com urgências. 

terça-feira, abril 24, 2012

haikai? camino hay.


(quero que chegue) um apaixonado pronto pra mim. 
(e que eu já esteja) apaixonada
e fim.

domingo, abril 22, 2012

sabotagem cor-de-rosa

eu devo dizer (ao meu estômago): "quanto desacato ao simples querer..."
é, eu guardo um mundo em mim. quando não o coloco pra fora. 





quarta-feira, fevereiro 15, 2012

a missão

"a maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
nesse ponto sou abastado.
palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
perdoai
mas eu preciso ser Outros.
eu penso renovar o homem
usando borboletas."

manuel de barros