segunda-feira, maio 30, 2005

e eu procurando poesia...

um casal na praça.

uma menina, sem sapatos, vendendo rosas.

_ moço, compra uma flor pra moça?
_ hoje não. fica pra próxima!

silêncio.

cara de desiludida da moça.

_ você não é nem um pouco romântico.

mas então romantismo é isso? comprar flores assim, só porque estão à venda? não, mil vezes não. o romantismo não pode ser institucionalizado. não pode ter manual de instrução. ele precisa de espontaneidade, de impulso, de vontade, de leveza...


olha, é outono! essa folhinha caiu bem aqui, no meu ombro. ficou parada em mim, por uns instantes. como você.
se ela cair no chão, a gente deixa. vai voar de novo e cair em um ombro mais confortável.
mas se ela ficar quietinha, eu te dou de presente!

domingo, maio 22, 2005

porque algumas coisas nunca mudam

"eu queria apenas pequenas delicadezas
daquelas que fazem sorrir espontaneamente
e que depois ficam guardadas-escondidas-encolhidas
no fundo do olho."

terça-feira, maio 03, 2005

boca suja

e essa pseudo auto-suficiência vai dar em que? eu não engano ninguém, agora. ninguém de fora. mas eu-sei-que-estou-sendo-enganada. é essa vida suja que eu vejo em cada esquina. por eu ser uma pessoa tão mesquinha e pequena, eu me esqueço de que existe um mundo problemático, além dessa redoma de vidro que é o meu. ninguém sai, ninguém entra. eu me cansei de todos esses adjetivos terminados em inha atribuídos a essa coisa, digo, a essa pessoa que sou eu. eu preciso de mais lírios, mas no meu jardim só tem esterco. podre. o que esperar de uma pessoa que simplesmente não consegue? sou eu. eu não sei falar outra língua, ainda mais com essa boca suja. eu eu eu eu. será que existe um egoísmo maior?

eu estou cansada de ser minúscula. eu preciso gritar. ou me encolher mais ainda.

a voz que diz você é minúscula porque quer é irritante. a voz que diz você é ridícula por escrever algo assim é pior ainda.




mas será possível que toda vez que eu me sentir mal, vou vomitar palavras ásperas nessa tela branca?