quinta-feira, maio 18, 2006

the only thing

hesitei tanto por orgulho. um orgulho sem dó que corroeu o íntimo e quase destruiu tudo aquilo que nos faz leve. às vezes, a poesia foge ao coração, sem rumo, perdida. admitir que isso nos escapou - isso que dá vida e motiva a sorrir - dói. dói tanto. a falta de poesia nos olhos é cruel. os olhares tornam-se vagos e sem direção. meu olhar passeou por mundo lindo, brilhou sem saber, cansou sem poder, fechou sem por quê. então, eu fiquei só. só com o contorno e o cheiro (eles não se vão nunca), procurando pequenas delicadezas em vão e contrariando os prazeres secretos loucamente. mas o vazio cansa. cansa mais que a comodidade das pessoas medíocres. é preciso realmente aceitar o oceano para preencher o que falta. desinventando ou não.
porque a poesia é suficiente.
e não faz mal ao coração.