sexta-feira, novembro 03, 2006

me encanta, me gustas
te encanto, te quiero.

espero.

me beija a boca, sem pudores.
mensageira da loucura
dentre tantos amores.

disfarço.

se não há poesia,
eu mesma faço.

quinta-feira, outubro 19, 2006

incorpórea

como quem tropeça no rastro
à procura de amor
sigo tentando
me eternizar.

fogo-fátuo
ainda me encanta.
poesia transborda
tira o sono, sufoca.

sentimento etéreo,
desabafo sincero:
nos seus olhos espero
para sempre estar.

sexta-feira, setembro 22, 2006

suspiro na janela

então eu preguei meu coração atrás da porta
com um alfinete do pierrot.
descobri doses homeopáticas de amor.
toda cura ali.
todo mal acolá.
toda reviravolta.
toda alegria.
todo sorriso.
agora quero ser toda amor
e brincar de poesia.

domingo, setembro 10, 2006

cabidela

eu pensava que as palavras eram minhas.
as palavras eram feitas para mim.
mas o som agora é sempre o mesmo.
não importa quem (h)ouve.

e eu sempre me apaixonava por palavras.
conveniência de palavras mal usadas.

terça-feira, agosto 01, 2006

sobre restos e sonhos

às vezes é preciso rasgar o coração para sentir. sentir que pulsa, sentir o sangue quente correndo e ardendo, sentir que sente. o que acabou foi o futuro, explodindo o presente (que sente). e o que sobrou foi a vontade. mas em cada pedacinho despedaçado de amor existe um sonho novo.


coração, queira perdoar tanta confusão.

quinta-feira, maio 18, 2006

the only thing

hesitei tanto por orgulho. um orgulho sem dó que corroeu o íntimo e quase destruiu tudo aquilo que nos faz leve. às vezes, a poesia foge ao coração, sem rumo, perdida. admitir que isso nos escapou - isso que dá vida e motiva a sorrir - dói. dói tanto. a falta de poesia nos olhos é cruel. os olhares tornam-se vagos e sem direção. meu olhar passeou por mundo lindo, brilhou sem saber, cansou sem poder, fechou sem por quê. então, eu fiquei só. só com o contorno e o cheiro (eles não se vão nunca), procurando pequenas delicadezas em vão e contrariando os prazeres secretos loucamente. mas o vazio cansa. cansa mais que a comodidade das pessoas medíocres. é preciso realmente aceitar o oceano para preencher o que falta. desinventando ou não.
porque a poesia é suficiente.
e não faz mal ao coração.