quarta-feira, abril 27, 2005

como dizia carlinhos

"as leis não bastam. os lírios não nascem da lei."

terça-feira, abril 12, 2005

tudo azul

olha como ela tem os olhos expressivos, olha como eles estão estrategicamente maquiados, olha, olha. olha como ela sabe de tudo, sobre tudo. olha como ela é perfeita e delicada. olha como ela se encaixa em você (mentira!). é tudo que parece ser o que eu quero ser... mas eu não sou. e nem quero. meia arrastão é coisa de puta, dizem. dizem muita coisa. dizem muita besteira. eu digo muita besteira. umbigo é o assunto central. sempre. e viva a repressão. e viva a covardia. vamos brincar de fazer joguinhos? você finge que está tudo bem, eu finjo que está tudo mal. e vice-versa. você quer ser o bandido ou o mocinho? eu prefiro ser a arma, pois é ela quem decide o destino dos dois. o ciúme é lamentável. o passado, condenável. o presente, encantador. mas o futuro não pode ser uma tortura. ah, isso não! a gota virou equilibrista, não sei como ainda não caiu. ploft. a porta se abre quando dizem a verdade. qual verdade? a minha? a sua? quando os sonhos são despedaçados é que a porta se abre. então, você percebe que todas as pontes construídas foram em vão. e a culpa é sua. e minha.
muita amargura para uma pessoa só, em um dia só.
acidez escorrendo pelos dedos... e caindo em lábios indevidos.
hoje não há pequenas delicadezas, tampouco prazeres secretos...
e aí eu fico só. só com o contorno e o cheiro.

sábado, abril 09, 2005

gota d'água

já lhe dei meu corpo, minha alegria
já estanquei meu sangue quando fervia
olha a voz que me resta
olha a veia que salta
olha a gota que falta
pro desfecho da festa
por favor...
deixe em paz meu coração
que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção,
faça não.
pode ser a gota d'água

(sim, mais uma música do chico. estou impossibilitada de escrever coisas do gênero)

eu não quero ser mais uma daquelas pessoas discrentes.
mas também não quero acreditar, agora.
ou não consigo.

sexta-feira, abril 01, 2005

joana francesa

tu ri, tu mens trop
tu pleures, tu meurs trop
tu as le tropique
dans le sang et sur la peau
geme de loucura e de torpor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

mata-me de rir
fala-me de amor
songes et mensonges
sei de longe e sei de cor
geme de prazer e de pavor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

vem molhar meu colo
vou te consolar
vem, mulato mole
dançar dans mes bras
vem, moleque me dizer
onde é que está
ton soleil, ta braise

quem me enfeitiçou
o mar, marée, bateau
tu as le parfum
de la cachaça e de suor
geme de preguiça e de calor
já é madrugada
acorda, acorda, acorda, acorda, acorda


porque o chico buarque sabe das coisas.