Dia, Amigo,
Foram me chamar... estou aqui, que que há? Fui por aí, nos jardins das rosas de sonho e medo, no compasso, talvez, da desilusão. Em busca de outros sonhos, de uma bela manhã, de uma fonte de água pura que afaste toda amargura. Pois muitas vezes é preciso é isso aí, partir sem saber mesmo o rumo que vai tomar, esboçando um sorriso falso de consolação. Porque a gente vai levando, vai levando, não-vendo o tempo passar na janela e no que que dá? Nada. Como bem disse alguém por aí: a dor da gente não sai no jornal.
Sei lá, tem dias que parece que a gente estancou de repente. Que por mais que a gente esteja fazendo a nossa parte, não há fé que afaste a impressão da iminente beira de um abismo. E a gente chora atrás da porta, desatina, desalenta, amaldiçoa a vida sem açúcar, sem afeto, sem rosa, sem nada. E, nos bastidores, se questiona então: o que será?
Aí, num impulso de levianismo do coração, vai por aí, com tristeza, mas pé no chão. Buscando um acalanto, uma cantiga que afaste aquela idéia fixa de que a vida não tem solução. Passam dias inteiros, janeiros, todo mês de fevereiro, as rosas de abril, os ventos de maio. O orvalho cai, o samba agoniza, vem a triste madrugada. A gente ronda a cidade, mas, no fim das contas, vive se perdendo. E se lembra de algum poeta que algum dia disse que tristeza não tem fim, felicidade sim...
Mas eis que a tristeza pode ser uma triste alegria e a gente acorda numa manhã que pode ser de carnaval. E nesse navegar no balanço do mar, a gente percebe que no fundo, alguma coisa se transformou. E num último desejo de um ano que se finda, a gente pede simplesmente que o sol naisça e que a pluma leve da felicidade possa, delicada, pousar e substituir aquele pranto de poeta pela alegria que tantas vezes tem faltado.
É isso aí, meus caros amigos. Vamos lançar ao mar nossas preces pra Iemanjá, ter fé, pedir aos orixás, fazer uma oração pra mãe menininha para que nos traga, neste novo ano, a paz do coração. Que o ano seja, simplesmente, o que tenha que ser. Afinal, a gente merece um 2011 com (muito) mais sambas e menos lágrimas!
E com versos, talvez desafinados, de um (ou vários) samba de bênção, desejo a todos vocês um ótimo natal e um ano novo de samba e amor. ;)
é da colhega, amiga, companheira, a rosa de abril.
Um comentário:
:)
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